Fonógrafo de Edison
|
Inventado pelo norte-americano Thomas Edison na década de 1870, como gravador de voz para uso em escritório, o fonógrafo foi apresentado pela primeira vez na Academia de Ciências de Paris em 1878. Na ocasião, os apresentadores foram acusados de trapacear, fazendo uso de ventriloquismo. No Brasil, o interesse pelo aparelho foi bastante alto e rápido, sendo já conhecido em Porto Alegre em 1879.
O fonógrafo não foi inventado para a música. Na verdade, Thomas Edison não apreciava música e se dizia insatisfeito ao ver que seu invento passara a ser utilizado para o entretenimento.
O imigrante tchecoslovaco de origem judaica Friedrich Figner foi o pioneiro dos aparelhos de reprodução sonora no Brasil. Em 1897, Figner passou a pagar Baiano (Manual Pedro dos Santos) e Cadete (Antônio da Costa Moreira) e a banda do Corpo de Bombeiros para registrar em cilindros modinhas, lundus, valsas, entre outros gêneros. Três anos depois, Figner fundou a Casa Edison, destinada a comercializar fonógrafos, gramofones, cilindros, discos importados e fonogramas gravados por ele próprio. Assim, iniciou-se um mercado de música gravada que passou a veicular por quase todo o país diversos gêneros musicais populares urbanos surgidos principalmente no Rio de Janeiro.
A Primeira Música Gravada no Brasil - Baiano - Isto é Bom - 1902: https://www.youtube.com/watch?v=ej4xfa2WhZo
Fred Figner
|
O imigrante tchecoslovaco de origem
judaica Friedrich Figner foi
o pioneiro dos aparelhos de reprodução sonora no Brasil. Em 1897, Figner
passou a pagar Baiano (Manual Pedro dos Santos) e Cadete (Antônio da Costa
Moreira) e a banda do Corpo de Bombeiros para registrar em cilindros modinhas,
lundus, valsas, entre outros gêneros.
Em 1902, a Casa Edison passou a gravar em discos, criados pelo alemão Émile Berliner. Conhecidos como “chapas”, esses dias possuíam um ou dois lados e sua venda foi bastante alta, predominando no Brasil a partir de 1904.
Para a reprodução sonora das “chapas” eram utilizados gramofones, que usavam uma tuba para amplificar o som, reproduzido através da vibração da agulha.
Gramofone |
A gravação dos discos foi feita de maneira mecânica até 1927 e não permitia altos volumes sonoros, que danificavam a matriz de cera. Isso exigia movimentos de aproximação e distanciamento do aparelho, dependendo dos sons que emitiam. Como o som de violinos não eram bem gravados por esse sistema, a música orquestral teve de ser totalmente transcrita para instrumentos de sopro, como flautas e clarinetas. Esse fato culminou na valorização do uso de instrumentos de sopros e e de cordas populares, como violões e cavaquinhos. Por esse motivo, a utilização de instrumentos de corda tradicionais, como o violino, a viola e o violoncelo, era muito reduzida nessas gravações. Outro fator interessante em relação a esses discos é que eles tinham como limite de gravação aproximadamente 3 minutos. Assim, o tempo de cada música teve de ser reduzido,e isso se converteu num elemento formal dessa época.
|
A
criação do disco teve muito impacto na música ao vivo, sendo que a
partir da década de 1920 poucos grupos conseguiriam se manter sem vender
sua música nesse formato. Em 1934, a empresa alemã Basf desenvolveu a
fita magnética, que revolucionou novamente o processo de gravação de
discos.
Disco com o selo Odeon
Record
|
Bahiano, Júlia Martins e Coro da Casa Edison - A VIOLA ESTÁ MAGOADA - samba de Catullo - ano de 1913: https://www.youtube.com/watch?v=YPEd2Nk18iA
Em 1917, a Casa Edison lançou o samba Pelo telefone, de Donga, que teve grande destaque no mercado.Durante a década de 1920, o disco ajudou a propagar diversos gêneros de dança e de música no país, tanto nacionais como importados. Os principais foram: valsa vienense, valsa romena, valsa serenata, ranchera, toadas nordestinas e canções regionais, o tango argentino e o brasileiro, marcha, marcha carnavalesca,marcha rancho, one-step, two-step, o fox-trot, o samba, o samba carnavalesco, a polca, o maxixe, entre outros. E pouco a poucos esses gêneros saíram de seus espaços tradicionais, integrando-se a um novo sistema de circulação de produção e de consumo, numa espécie de processo de apropriação capitalista da canção.
A canção "Rock Around the Clock" de Bill Haley and The Comets, é a mais vendida, de entre as tocadas para a dança Foxtrot, de todos os tempos: https://www.youtube.com/watch?v=ZgdufzXvjqw
A expansão do mercado fonográfico trouxe gravações de gêneros estrangeiros, iniciando assim o processo de hibridação musical entre a música local e a de outros países.
Entre as décadas de 1930 e meados da década de 1950, não era possível definir os meios de comunicação como indústria cultural, pois eles não apresentavam um nível de desenvolvimento e de organização sistêmica que permitisse tal definição.
Os meios de comunicação de massa atuavam mais como mediadores nas relações entre o Estado e as massas urbanas do que como estruturas geradoras de uma cultura massificada e integradora. Esse modelo que prevaleceu no Brasil e em outros países latino-americanos ficou conhecido como modelo populista de formação da cultura de massas.
Banda da Casa Edison - PRETA MINA - Xisto Bahia. Gravação de 1904: https://www.youtube.com/watch?v=iSvP3kHFDCA
Clara Petraglia - YAYÁ VOCÊ QUER MORRER (Isso é Bom) - Lundu de Xisto Bahia - ano de 1958: https://www.youtube.com/watch?v=8kUIz7TSGpQ
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Sítio do Aruivo Nacional visitado em 13/05/2020: http://arquivonacional.gov.br/br/component/tags/tag/acervo
Sítio da Revista digital SomShow em 13/05/2020: http://somshow.com.br/memoria/historia/a-casa-edison/
Nenhum comentário:
Postar um comentário